domingo, 18 de outubro de 2009

.das frases sem sentido.

1. Carimba-me num guarda-chuva. (este eu quero)

*********

2. 
Na tela, sobre sua própria visão;
coloca, ela, pingos em outros que não "i"s. Aos que intrigam
Enlouquecidos em menos de 60segundos
...
....
.....
......
.......
........
param as imagens.

continua a série: visita ao Masp, uma resposta aos artistas (14.out)

.haute tension.

Dípticos, duplicatas
cada dupla de si mesmo gera uma tensão inaceitável
Ao interior de uma pessoa frágil, ela morre em fotografias
que lhe rouba o espírito
já desalmado pela falta de coragem.

Da série: visita ao Masp, uma repsosta aos artistas.

.conversa com vera, de um lado só.

Ele era um nadador
quase nu e despelado
________com medo de se jogar na piscina
de cimento
que você fotografou
em 80 imagens.

Gosto só cm bolhas.

.instalação.

Instalaram as mulheres,
talharam-nas mármore
Branca e ávida por suaves
Flores em blocos de luz
Impressionismos à parte,
me parecem lápides,
as mulheres.

.dones de la vida.

Seus nomes,
mulheres.
perdiam o sentido em fatias de pizza.

Pedaços,
extremos


con
____sumiram-           nas

.mais um pensamento sem título.

Picotou palavras no ar. E aquelas que conseguiu colar em seu caderno, tornaram-se ilegíveis a olho nu de emoção.

.dada.

Pensou azul, era preto. E as pernas doíam como se nunca tivesse andado. E o museu a corroia. Sangue, lúcido. Lúcifer.

.vazio.

O branco e preto, sem vida e não morte. Nunca morre, sem nuances e, quando se torna cinza, perdeu o encanto.

.(des)cor.

Causou arrepios, o som distante
trazido sem emoção. E ecoaram vozes
Do além que discorreram sobre a imagem, o falso, a cópia.
E tudo se tornou preto e branco.

Da série: visita ao Masp, uma resposta aos artistas (14.out).

sábado, 17 de outubro de 2009

.o que restou da passagem do anjo.

Disforme, o rosto posou, pálido
A foto em desfoque contou
as batidas que deram as asas,
Do anjo morto.


.da série: visita ao masp, uma resposta aos artistas.

sábado, 10 de outubro de 2009

. .


"Estou começando a sentir a solidão", falaram no filme. E fiquei tocada, pois há dias cultivo esse sentimento. E agora?

.até me ensinou a dançar.

Devagar, as mãos entrelaçadas fizeram amor. E a respiração ofegante dela, ao meu ouvido, fez estremecer. Tocou a música, distante, que passava por entre as frestas da parede de material duvidoso, e assim, demos o primeiro passo de nossa dança cambaleante.

Eu não sabia dançar, continuo sem saber. Mas ela, como um bom par, me guiou. Surgiram passos, respiros e laços. E os corpos suados pediam um ao outro. Entre laços e entre linhas, entre os passos meus e dela, soava, em tom menor, a música que nos fez filme.

O que eu era naquela época, não sou mais. E ela me ensinou a dançar naquela noite.

*foto: yuri pinheiro (ou guilérmi guigoline)

.minha personagem principal.


Ela me dizia que a história não se fazia por contos e contas, nem palavras. A história não importava desde que ela fosse a personagem principal*. E assim, a música passou, sem que ela dançasse para mim. Ficou quase imóvel, como se pensasse o tempo, viveu num tempo qualquer no meio dos segundos preciosos que passaram sem que me notasse. E eu tentava roubar-lhe a atenção, mas ela me repetiu que "a história não importava desde que ELA fosse a personagem principal", e eu continuei tentando expor o MEU ponto de vista. E a única coisa que me sobrou daqueles instantes, foi uma breve impressão da suavidade com que o ar saía por sua boca entreaberta, enquanto ela se fazia estática, apenas me vendo sofrer.


*2046, won kar wai.
**foto: yuri pinheiro (ou guilérmi guigoline)


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

.dança das flores.


Faz tempo que não dançam, as flores. Junto com sorrisos, amores. Viraram nuvens, cúmulus nimbus que o vento não dispersa, não dança, desencanta. E, de modo frio e calculista, separa, fio a fio, por pedra, duro. Sem charme e sem cor, não que isso seja inseparável,

Por vírgulas indiscretas, ele trava. As palavras, cala. E as flores não dançam, estão paradas, estupefatas, perdendo cores. Sem ritmo, num rito de passagem mais lenta que um segundo; as flores não dançam, faz tempo.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

.cometas.


Nós sabíamos que éramos cometas. Sentidos diversos e rápida passagem. Por vias, vidas e sensações de perdão. Perdidos, os caminhos se cruzaram e saíram entrelinhas, sem nós, des-atados. E foram momentos, ainda que breves, felizes. E foram memórias, um dia esquecidas, de risos. So-risos, só risos, e ele e eu. E passamos desapercebidos na humanidade, mas presentes. Nos fazendo humanos, amor. E passou antes que pudéssemos perceber e sentir falta, como cometas que somos.