quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

.à morte.

Era um lugar qualquer, uma pessoa qualquer que se transformava em uma mistura inigualável de luz e magia. E foi assim que ela nasceu estrela. E brilhou até o fim do dia em que ela cresceu. Fim.

Triste, e quem se importa mesmo?

sábado, 6 de dezembro de 2008

E quando a gente percebe o tempo passou e já foi um ano de formada! Quem diria quem eu já não ia mais conhecer ninguém...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

.mudo, (des)mundo.

Muda, calada, cala a boca.

Mudo, desmudo no mundo, desmundo.

Quieta, sem mais, delongas.

Que longas esperas,

intermináveis.

E vai e vem e vão,

as ondas.

Longas de mim, tão longe

distantes.

Instantes do agora, longos, distantes, instantes do agora.

Sem fim.

Sem começo.

Sem mim.

.teu presente: os problemas.

Tem gente que nasce para criar problemas, quase nunca soluções. E a menina parecia ser uma dessas pessoas de sorte...

Seus sentimentos alheios ao mundo serviam de desentendimento aos amigos, aos amores, àqueles a quem lançava um olhar inocente. E logo vinham problemas e mais problemas. Talvez fosse melhor isolar-se do mundo e viver como um ermitão em alguma caverna sem sombras e sem luzes.

As pequenas surpresas foram sendo distribuidas conforme a vida se passava. Alguns achavam que ela era algum tipo de bruxa, enfeitiçava. Outros, acreditavam que era um tipo de camaleão, escondia-se. Mas sempre tinha alguém para cismar que ela fazia de propósito. E aí, surgiam problemas.

Seu último presente de discórdia surgiu com um amigo. Amigo querido, porém já distante. Provavelmente sua namorada. E ela ficou sem nada entender. Só uma notícia: pare de tentar contato, já me causou problemas que consegui resolver. E foi assim que decidiu, sem mais, afastar-se. Sem amigos. Sem problemas. Só os seus.

domingo, 30 de novembro de 2008

.à cegueira.

Desde sempre o olhar inexperiente chega cego, porém com gana. Chega perto para percorrer com detalhes cada centímetro de quaisquer sentimentos e superfícies que possam vir a suceder aquele momento de tensão inexplicável. Menina, homem ou mulher esgueira-se para ver através, ou melhor, atrás do muro, aquilo que não lhe é permitido. E aí, tudo se vai, tudo se acaba e recomeça outra vez.

A história parece a mesma, mas cada vez que ela me conta, tem algum detalhe diferente. Seria mentira ou talvez fosse a mais verdadeira das histórias que ela me contava com brilho nos olhos e vontade de ficar calada? Aquilo que não nos é permitido é muito melhor...

E foi assim que soube da sua cegueira, da sua virtude, da sua inocência. O medo não se perde, mas teima em arriscar-lhe a vida, ou que fosse só um fio de cabelo velho, mas ela vai e atordoa o coração. Seu próprio, talvez não de outro, porque ela tem compaixão. E ela volta para aquele mesmo que a acariciava e sentia saudade. E ela volta para aquele mesmo que lhe deixara esperando. E ela volta para aquele mesmo desconhecido de olhos brilhantes e curiosos. E ela volta para aquele mesmo que um dia não falou nada.

Não sei se a considero corajosa, arriscar-se de novo com o mesmo. Mas me disseram certa vez que a vida é como um rio, e as águas passam, e as coisas mudam. Então, aquela pessoa que você conheceu há um ano não seria mais a mesma?

Eu posso te jurar que eu não sou, e nem ela.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

.rodamundo.rodagigante.rodamoinho.rodapião.

Rodava tudo lá fora, e ela nem estava bêbada. De repente, percebeu que rodaria também, para além da dança, caso não acordasse daquele sonho. Foi um baque atordoante, mas mudanças e giros e rodopios fazem parte de um cotidiano quase-humano.

Quase-humano, pois quem dera ser humana nesse mundo. Se ser humano fosse sentir de verdade, olhar de verdade, ser de verdade, amar de verdade... Aqueles todos que ela via não eram aquilo que deveriam ser. Aqueles todos que a rodeavam não deveriam ser aquilo que eram, e eram sobre-humanos, ou melhor, quase todos, sub-humanos.

E assim, ela fez-se lenda e resolveu rodar. Rodar e girar até ficar tonta e cair de cara no chão; naquilo que percebeu ser uma nuvem de fumaça, mas que tinha amortecido sua queda. Em seus sonhos, eram nuvens, mas como sonhos não vêm todos a se realizar, ela ficou com a fumaça mesmo. Ainda melhor que o concreto irreal que a rodeava.

E quase acordou para a vida que passava e a levava por onde quisesse; desde montanhas até maomés. Ficou com a cara amassada de dormir na fumaça, um sorriso bobo, quase infantil por cair de cara no chão, chão de fumaça. Ficou atordoada com o baque, se assustou com sua condição, arrancou seu coração e sua memória e seguiu em frente. Sempre rodando e rodopiando...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

.(des)conserto.

"Gosto, gosto muito, mas quanto é preciso gostar pra ser de verdade?"

Afirmação e pergunta constantes dela.

Em seu afinado desconserto, a vida passa e leva embora a maioria de deus pilares que pareciam tão fortes. Sua base, sua inspiração brigam por um motivo que ninguém entende mesmo de quem é o erro; sua força, despedaçada, em frangalhos, chora sem coragem de fitá-la nos olhos; seus amigos, talvez desapareçam por não entenderem suas frustrações... E aquele que poderia vir a ser alguém mais especial, está tão longe que é impossível querer que as coisas pareçam andar bem.

Pois é, a vida não corre como a gente espera. Às vezes, ela tenta se convencer de que esta é a melhor forma de viver, afinal, se tudo fosse premeditado, não haveria surpresas, e sem surpresas, não haveria magia, e sem magia, sua vida seria em vão. Mas quisera que as surpresas fossem sempre boas, sempre alegres e sempre esquecidas de derrotas. Ok, tudo continuaria chato, pois não saberíamos o valor das conquistas. Que venha a vida casual e cheia de surpresas, mas que venham poucos desagrados.

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E ela continua tentando ser alguém que ela não é, ou se esqueceu de quem ela era no meio do caminho, porque tudo mudou muito de repente. E ela continua sendo cozida em banho-maria por qualquer um. Por que ela teima em acreditar?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

.here, a new message.

Mundo afora, ele vai caminhando. E a distância que parece aumentar não é exatamente aquela que esperamos reconhecer... E agora?


Guarda meu coração como se fosse um souvenir importante, mas não esquece de devolver, caso ele esteja pesando demais na sua bagagem, ok?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

.desconforto.

As conversas ao telefone são sempre as mesmas. Já não sei mais se acredito ou finjo não ser mais comigo e faço que esqueço. Queria ter o que falar, queria contar pra você que estou feliz, sinto sua falta, tenho saudade, te amo, mas não dá. Tem alguma coisa que me segura.

Uma vez disse que quase te amava. A resposta veio em seguida: eu gosto de você. Mas se você me amasse só um pouquinho... Não tem como amar assim, longe. E foi aí que eu comecei a perceber o quão diferente nós somos. O quanto eu vou sofrer se continuar assim. E o quanto eu já estou dolorida por isso.

Outras vezes, a gente só precisa de uma cama e nós dois. Não sei que forma de amor é essa. Que fala só isso e parece que tá tudo certo. Uma coisa sem conteúdo, sem ritmo, sem cadência, sem sentido. Uma coisa física, humana, racional ou irracional, porque não pensa em sentimento. Eu quero ter dentro de mim não só uma parte de você. Quero te ter por inteiro. Quero ver nossos corpos se tornando um só e a gota de suor, que ela seja indefinida.

Que seja onde for. No cimento de Sampa, nas ondas baianas, em território estrangeiro. Quero sentir com força não só um ato animal, o sexo, a paixão, quero sentir com força o batuque do teu peito quando eu tentar escutar o que você sente de verdade. E se for pra ser de verdade, que a descoberta seja conjunta.

.auto-desconhecimento.

A gente compartilha tantos momentos com pessoas desconhecidas, que elas se tornam suas amigas antes mesmo que você se dê conta de que nunca as viu na frente. Aí, passam algumas semanas, ou mesmo só poucos dias, e essa pessoa sabe de vários segredos seus. Será que somos muito pessoais ou essa é uma barreira que criamos para fingir o quão fortes somos?

É difícil definir exatamente sentimentos e sensações, ainda mais se estamos inaptos a nos definir. Hoje em dia, não sei mais o quanto de mim mesma eu conheço, porque uma parte de mim está longe. OU então, uma parte de mim se esconde com medo do que a parte conhecida pode fazer. Sim, sou um bicho estranho que não responde por vários de seus atos.

Assim parece que eu preciso ficar longe da sociedade trivial. E essa é a resposta que eu não encontro. Eu preciso ficar longe da sociedade por uns instantes, uns dias, talvez. Isso porque se não me afasto, enlouqueço.

Como se dizer, então, um ser social?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

.a ele.

Quem conhece a falta que se sente daquele que fica longe por mais de um mês. Denominou-se saudade aquela dorzinha no peito discreto da garota. E a falta de respostas a seus chamados. Ela ficou ali parada, a espera. E fingiram que era verdade, o amor. Cadê que não chega nunca o fim?

sábado, 1 de novembro de 2008

.a decisão.

Decidi. Compro uma passagem e vou pra minha Passárgada de agora. Lá eu sou amiga de vários reis, e terei o único homem que eu quero, em qualquer cama ou rede que escolherei. Vamos ouvir o som do mar, ver ondas claras e limpas, sorrir quando uma estrela-cadente passar correndo, e o pedido, ficar assim pra sempre. Que o sempre seja um tempo bom, e que dure o quanto tiver que durar, mesmo que for só 2 ou 3 dias. Vou-me embora pra minha Passárgada, e espero que seja ainda esse ano.

.crescer.

A diferença é que quando você cresce na idade, as coisas parecem mais chatas do que eram. E pra você assumir a culpa, o castigo é maior...

Tem dias que o melhor que a gente pode fazer é fingir que é criança e fechar os olhos pro mundo lá fora. A criação de um mundo só seu, cheio de invenções e pensamentos infantis é o mais belo refúgio para uma alma doente de realidade. E qual é a forma de encontrar esse lugar?

Descubra-se.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

.da lonjura.

Cadê?, perguntou-se a garota para qualquer sinal de vida que a rodeasse naquele instante. A resposta foi o vácuo, talvez uma resposta copiada de volta, num "dê?" e só. Ela não queria chorar, pois choro demonstra fraqueza. E a fraqueza ela queria longe. Não como o que ela talvez perdesse aos poucos, mesmo eles fingindo que não.

Cadê?, perguntou-se o garoto para o mar. As ondas iam e vinham, será que essa era a resposta? Ir e vir, sem nunca tocar-lhe a pele? Talvez tivessem nascido um para o outro, mas essa vida não era a que eles se encontrariam de verdade. E a pergunta foi ao vento, para a outra ponta do mundo deles.

domingo, 24 de agosto de 2008

.Lua em Oposição com Saturno natal.

Data de Nascimento: 6/3/1986
Hora de Nascimento: 01:25:00
Local de Nascimento: São Paulo ( SP )


Ascendente: Capricórnio
Lua: Capricórnio
Elemento: Água Polaridade: Positivo
Qualidade: Mutável
Período do Trânsito:
Início: 24/08/2008 Fim: 24/08/2008

Resumo:
Durante esse trânsito poderemos nos sentir frios e insensíveis. E também sozinhos e isolados, como se não pudéssemos nos comunicar com ninguém. É possível que inconscientemente estejamos enviando sinais de que queremos ficar sós e não ser incomodados. A influência dessa oposição poderá levar à ruptura dos relacionamentos. Há também agora uma forte tendência para nos determos nos aspectos negativos da vida e nos sintonizarmos mais com o fracasso e a decepção do que com o êxito e o estímulo positivo. O melhor a fazer, então, é não levar esses sentimentos a sério e não tomar nenhuma decisão baseada neles. O momento agora não é bom, mas logo nos sentiremos melhor e seremos capazes de enxergar o mundo de um modo menos opressivo. Quando esse período de depressão tiver passado, talvez seja preciso explicar às pessoas que estávamos num momento difícil. Elas costumam entender isso.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

- Você é o homem perfeito.
- Engano seu. Eu não sou perfeito. Se tem alguém errado na terra, sou eu!
- Foi o que eu disse: você é perfeito.
- Acho que não sou quem você pensa que eu sou.
- Sei que você nem sempre é perfeito...que tem problemas, defeitos, imperfeições, mas quem não tem? Eu gosto dos seus problemas...me apaixonei por seus defeitos. Eles são fantásticos.

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Pensei nas garotas que conheci, com quem transei ou só desejei. Elas eram como bonecas russas. Passamos a vida inteira nesse jogo, querendo saber quem será a última... a menorzinha que estava escondida dentro das outras desde o início. Não podemos ir direto até ela, temos que seguir as regras... abrir uma após a outra e nos perguntar: "Esta é a última?"

Bonecas Russas (Les Poupées Russes, 2005)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

.à confusão mental.

É difícil pra uma pessoa como eu falar de alguma coisa que não sabe. Ainda mais se for pra ninguém, ou pra alguém também. É estranho pensar que a gente tem milhares de denominações para o amor e eu não consigo encaixar os meus sentimentos em nenhuma delas. É triste pensar que eu gosto de alguém e nunca sei se o sentimento é recíproco. Deve ser porque não é.
Tô confusa e é só isso.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

.experiência nº2.

Parece que quando a gente tem medo de alguma coisa, ela nos persegue. Foi a vez, hoje, meio que finalmente, meio que temerosa, de rancar o siso. Pra quem conhece a novela, são três anos de enrolação. E hoje foi o dia. Num misto de surpresa e satisfação. Só que agora dói.

6ª-feira, tarde: liga para o consultório, não tem mais horário. "Nem um encaixezinho? Tá tão complicado!".

Ok, 2ª-feira, nove da manhã: chega em ponto, sem minutos a mais nem a menos, mas se tivesse ido de carro, teria chegado antes. quase 3 horas no dentista. Sala gelada, aquário com peixes, livro. "O amor nos tempos de cólera", será que é o amor nos tempos da raiva ou o amor num tempo de surto de cólera? Ainda não pode responder, não chegou à metade do livro.

Enfim, sobe à sala. Branca. Deita na cadeira, quase elétrica. O pior é que depois, na hora da cirurgia, colocam um tecidinho na cara, aí tava na cadeira elétrica. Ainda bem que não viu aquela seringa enorme, gorda e de metal entrando na sua boca. A covardia faz com que feche os olhos, assim, como virou o rosto lá no posto de saúde, mas se faz melhor dessa forma.

Picadinha. Nova picadinha. Até que não dói tanto. Nunca tinha levado anestesia. O doutor diz para esperar fazer efeito. Ela começa sentir a boca formigar. Dali a um tempo, olha lá no fundo da boca pequena, pelo espelho. Inchaço. Mas vai passar. Agora, chega de inflamações.

Espera, espera, espera. Parece que está começando a babar sem querer, mas é só impressão. Formigamento. Dali há pouco mais nenhum sinal de que vai passar a anestesia. Parece que tem paralisia facial. Desespero. Mais uns minutos, olha a seringa. Desespero. Dali mais um tempo, nova aplicação de anestesia. Agora que sabia o tamanho da seringa, seus pés e mãos parecem mais tensos.

Pessoas ao redor. Comentam como acontece. Ela só sabe que está sendo vista e estão arruinando sua arcada dentária pelo jeito como puxam sua cabeça. Um tempo. Terminou. Mas já? Mal senti! Só sei que puxavam bem a cabeça. E o dente, ensanguentado. Que horror de cena. Uma parte de mim, mas foi melhor assim. Temos que aceitar separações. Mas aquela agulha ainda assusta.

domingo, 10 de agosto de 2008

.feliz dia dos pais.

Devo confessar que presente para o meu pai é uma coisa complicada; um, porque ele não gosta de nada de diferente; dois, porque ele não usa nada de diferente; três, porque todo ano a gente acaba fazendo a mesma coisa. Ficou chato, não temos mais idéias e tudo parece tão igual e rotineiro. Não era pra ser assim.

Quando eu era criança, meu irmão e eu acordávamos cedo, fazíamos um café da manhã e levávamos na cama dos meus pais. Com o passar do tempo, começamos a acordar cada vez mais tarde e meus pais, cada vez mais cedo, aos finais de semana. Ou seja, perdemos as horas de fazer os cafés das manhãs tão esperados todos os anos.

Ah, sim. Também, essa obrigação de dar presente começou a ficar chata. Os preços vão subindo, e parece que a cada ano que passa, conforme vamos querendo nos tornar independentes, a inflação aumenta e os salários diminuem. Fora que a profissão que escolhi eu não tenho salários, tenho cachês; em geral, atrasados.

Que maravilha seria se o mundo continuasse cor-de-rosa de quando eu tinha meus 9 anos. Se eu pudesse ser rica só de imaginar, de vez em quando. Ai, ser criança no dia dos pais era mais legal.

.outro perfil.

Nada é tão simples quanto parece, nem tão complexo quanto se imagina. E assim, eu cheguei à conclusão de que sou confusa.

.não tente ligar nada, são só palavras jogadas.

De vez em quando ela pára. Pára, mas não pensa. E aí depois fica toda atribulada tentando colocar pra fora tudo aquilo que deveria ter pensado há cerca de uma semana. E vem a outra e a outra e a outra, ligações no meio tempo, e uma preocupação que parece ser estúpida. Ela percebe que hoje, a letra mais indicativa em qualquer lugar é o E. Por quÊ?

Fala de coisas que não fazem o menor sentido. Lembra de outras que menos ainda. E depois chora. Tanto porque lembrou da abertura das Olimpíadas e queria ser um chinês voando, quanto porque faz quase uma semana que não fala com um pseudo-namorado. E essa palavra assusta, e muito. Ela não sabe o que assusta mais, se o pseudo ou o namorado.

Claro, as pessoas deveriam estar acostumadas com essas duvidazinhas adolescentes, mas chega uma hora que a adolescência vira uma pseudo-adultice, ou qualquer coisa assim. E ainda assusta mais, porque ninguém entende qual é a dessa fase. E ela menos ainda. E ainda tenta ser adulta, pobrezinha.

E o outro coitado é o E, que ficou pra trás...

sábado, 9 de agosto de 2008

.a agulha.

E o medo da agulha? Aos 22 anos, ela ainda teme a maldita agulhinha que vai jorrar algum líquido doente dentro dela... Terrível essa visão, não?

Enquanto as mães com os filhos no colo estavam a espera do tal Zé Gotinha (que deve ter o gosto mais amargo que a criança experimenta durante essa tenra fase da sua vida), alguns pseudo-adultos esperavam pela famigerada agulhada de rubéola. Lembrou-se na hora da piadinha com seu amigo: "Tive roséola, quando pequeno. É a prima da rubéola". Há! Então o outro teve amaréola, e por aí foi. Mas ela também teve essa tal aí, aos 6 meses...

Enfim, a chuva aumenta a tensão. O frio faz os músculos se aglutinarem em bolinhos. Mais uma etiqueta na carteirinha de vacinação, isso a faz sentir-se mais velha do que é, pois a carteirinha está quase completa. Como será que aparecem as próximas vacinas que tomar?

"Você está de gestante?", ela ouve ao longe. Mais uma vez, agora é com ela: "Você está de gestante?". "O quê?", pensa. "Está de gestante?". Ri, "não sou gestante, por favor!". "Ok, só poderá estar de gestante daqui um mês, senão seu filho nasce com problemas".

Assustador, devo dizer. Não que ela programe um filho pra daqui um mês, agora, menos ainda, mas imagina a praga de uma pessoa que você nem conhece dizendo que se tiver um filho pra daqui um mês, ele nascerá com problemas. Que dó de quem tava se programando...

.perfil.

Era pra ser assim: quieta e compenetrada, quase nerd, que gostasse de ir à faculdade de Direito e se tornasse um diferencial na sociedade. Por acaso, ou pelo destino torto o qual quase todos têm opção, ela decidiu ser diferente. Pintou os cabelos, num ato (quase) rebelde às vistas de seu pai, decidiu que odiava o mundo "certinho e engomado" em que se encontrava desde um tempo atrás, resolveu a mudança da sociedade numa mudança pessoal e lá se foi para o mundo.

Uma pena o mundo não poder acompanhá-la, ainda mais o mundo de seus pais. Ela era uma prisioneira, pequena prisioneira de um mundinho criado só pra ela. E ela se sentia sozinha, mas eles não podiam entendê-la, pois desde que a garota resolveu partir para outros caminhos não traçados anteriomente, decidiram que não mais a entenderiam até ela tomar consciência de que a vida que ela achava que tinha escolhido não era a certa para a garotinha do papai.

Garotinha do papai, e da mamãe também, porque um só não daria conta de toda a proteção. Será que todos os pais são assim e uns só fingem ser "legais"?

Sabe que nem amigos ela pode visitar, mesmo quando diz "ela sofre do coração", e olha que nessa idade, tudo o que mais deveria valer nas contas de peso dos pais é o coração dos filhotes e sua comunidade...

domingo, 27 de julho de 2008

.dá um filme?.

Lá estava a garota novamente, incansável, e seus dedos impacientes. Palavra a palavra, ia crescendo o nível de idéias espalhadas num papel digital. E ela via a vida passando como um filme. Pensou se seria um longa ou um curta-metragem, mas talvez sua vida não fosse lá tão interessante para um filme...

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque, no fundo, a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Foi a Clarice que escreveu. E ela me conta coisas à noite, em sonhos. Ela me leva pra comer morangos fora de época, e eu juro que são morangos sempre doces. E nunca preciso de leite condensado. Outro dia, levei a menina de dedos impacientes pra passear e contei dos sonhos e contei das verdades inventadas, e ela me sorriu. Ela disse que qualquer vida é digna de um filme, só o público que será mais seleto, ou menos.

Foi uma conversa de sorrisos, de palavras telepáticas e olhares distantes. Até porque a idéia de escrever foi dela. E aí eu fiquei aqui, só pra contar o sem-final da história. Ela que me espere.

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Pois é, uma pergunta muito importante nessa vida.

.as (in)constâncias de um tal amor.

Sofrimentos à parte, o amor é lindo. E é como um pingo no "i", porque sem ele não dá pra ser completo, quiçá, dá pra ser (e só)...

E como falar do amor, assim, sem mais nem menos? Sem ter alguma explicação ilógica de qualquer pessoa que diz ter sofrido por ele. O amor não tem sexo, não tem nexo, não tem paz, não tem nada. O amor é vazio, é rude, é medonho. O amor mete medo, e mete forte, faz doer e você não sabe porquê. E ainda dizem que é lindo. E eu digo que é lindo. Sei que sou louca, mas você não precisa ser também. Não esqueça de ser e só, mas esqueça a loucura, pois o amor a acompanha e sempre. A loucura é o feminino do amor, a tampa de sua panela, a metade da sua laranja (ai, como é brega!).

Quero bater um papo, bater no papo desse tal amor. Porque ele deve ser velho, barbudo e gordo. Deve ter remelas nos olhos, queijinho nos cantos da boca e a pizza sob as axilas. Acho que o amor pode ser um cara nojento que te fala sacanagem e o pior, você gosta. Ou pode ser uma mulher que vaga pelas noites a procura de uma companhia, só pra não se sentir solitária e gelada no lençol puído.

Quais as faces desse tal amor?

Já ouvi que é lindo, já ouvi que é sujo, já ouvi que não tem cara. Já ouvi que aparece e desaparece antes mesmo que você saiba que ele passou. Já ouvi que não se esquece... Esse tal amor também pode ser platônico, pode ser distante, pode ser cheio ou vazio. Já ouvi tanto dele, mas ele cisma em fingir que eu não existo.

Ok, estou mentindo. Conheci, e acho que reconheci uma vez, talvez duas, talvez três; de maneiras diferentes. Me falaram que aquilo que sinto pelos meus pais e meu irmão é amor, amor diferente que nunca acaba, só não sei porque às vezes ele sai de férias. Outro dia estava na praia, vi um menino, acho que meus amores começam na praia porque a maritimidade vem ao meu favor, sou filha de Iemanjá, apesar de já terem me alertado a nunca fazer pedidos de amor a ela. Será?

Sim, vi um menino, o primeiro que dormi abraçada, mas parou por aí. Durou um mês, eu parecia feliz e boba. Acabou assim, tão de repente quanto começou e eu chorei. Chorei abraçada a um amigo que também sofria por um (talvez e susposto) amor. Acho que essa foi a primeira vez de verdade. Uma cara feia e dolorida, fazia bico e dizia "peixinha". Agora, o lance, a segunda, algumas faces diversas... e eu tô descobrindo e me deixando ser levada: volta?

.acasos do tempo e espaço.

Pois é, depois de "velha" (que horror dizer uma coisa dessas, enfim.. isso não é um adjetivo que vem ao caso, é só mais um acaso do meu vocabulário pobre), viro fã. Acompanho, faço campanha. Sim, leiam essa moça (é só clicar). Mas quem lê esse meu diário? Acho que só R. (Gosto de preservar identidades)

Vamos lá, uma leitura crítica e criativa dos nossos (ou meus) medos. E sem ela me conhecer. "Hello, stranger!", diria Alice Aires ou Jane Rachel Jones, como queiram. E eu poderia me apaixonar por quem me entende assim. Será?

Talvez, conversando com ela, não. Não, porque descobrimos o quanto amamos sofrer. É a única coisa que realmente nos pertence: o sofrimento. (Então, R., não vou virar budista, não agora, mas seu conselho ficará guardado na memória até um dia eu ter maior consciência do todo e esquecer de ser eu mesma, deixando de gostar de sofrer.)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

.resoluções (mentirosas) de meio de ano.

Já se deu conta que os minutos levam mais que 60 segundos quando você quer que tudo passe rápido? E que o dia demora a passar mais que o ano, mas dezembro logo chega; sempre. Que, sempre que você acredita em Papai Noel, as chances de conhecer o mundo novo talvez exista além do imaginário.

Pois é. Minhas resoluções de um meio de ano:

1. Gostaria de ser menos, talvez sendo menos eu fosse mais entendida. Sendo menos, o extrapolar de qualquer coisa demora mais. Sendo menos, eu esqueceria. Sendo menos, eu vestiria um número menor. (ok, esta última frase é típica de resoluções, por isso eu tinha que deixar, né?)

2. Gostaria de sentir menos, deve nos preservar, não?

3. Gostaria de... lembrar o resto das resoluções.

Enfim.. é uma grande mentira tudo isso.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

.ele.

Quando a gente tem medo, fecha os olhos e pensa numa coisa bem boa? Ou isso serve só pra voar?

Não quando a gente lembra de um abraço e um sorriso contador de histórias incríveis.

domingo, 20 de julho de 2008

.um pouco de besteira também.

O maior jogo dos últimos tempos.

Vai, lá, confio em você.. A mulher-melancia precisa de ajuda! hahaa

.quando o assunto é.

"Ele gosta dela. Não tem mais como fugir. É, da medo. Ela deve estar com medo também. Gostar é começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lá no texto que topa. Topa começar tudo de novo. E faltando dois parágrafos pra terminar o texto, ela manda, na lata mesmo: “quero te ver hoje”. O que será que ele vai responder? Ele então pega o café. E sai cantando como se o dia estivesse diferente. Over and over and over and over..." (peguei do flog da djessy)

Parece que quando o assunto é relacionamentos, todos somos iguais, ou, no mínimo, bastante parecidos. Estava na seguinte situação-tipo: começo de relacionamento. Foi assim:

Trabalho. Longe de casa, longe dos amigos, no trabalho. Festas de folga, desde a primeira, olhares. E ficou por aí. Quando se viam, olhares (Oh, você jura?). Sorrisinhos e 'obrigadas'. Foi assim. Era pra ser só por lá, mas foi além, e foi intenso, e é de verdade. E ela espera.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

.pra outra metade do meu limão.

Pra você que me completa, a minha outra metade do limão, porque as laranjas são comuns demais pra nos resumir. A Lua, hoje, é um umbigo no céu. E pensando nisso, lembrei de você. Porque da noite, eu sou o vento e você o uivo. Eu corro, e você é minha calma. E assim, vamos nos completando. O contraste é nosso conceito. Sul e norte, note bem. Extrapolo, e você pensa, pensa muito. E a gente chora e sorri. Pensei em vários níveis, mas são esses que deixo aqui, só hoje.

Um beijo forte que dura até a volta.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

.sentido?.

Quanto tempo você agüenta sem respirar debaixo d'água?

Quanto você demora pra viver?

Quanto custa um susto?

Quanto tempo tem?

Quanto de mim?

Quanto de ti?

Saudade.

domingo, 13 de julho de 2008

.medalhas da arte.

Leia o título novamente, por favor.

Medalhas da arte, pode acreditar?

O que é arte para você?

A arte sou eu, quais dos meus eu não sei ainda.

sábado, 12 de julho de 2008

_ Que acontece? Até parece desespero, tanto texto de uma vez!

_ Pois é, tá inevitável. As palavras vão brotando e brotando e brotando sem parar, você me arranja uma rolha pra tapar a bica?

_ Ai, hoje eu não vou poder te ajudar, a cortiça tá em falta. A degradação do ambiente é tamanha que acontece isso.

_ Mas, nem uma rolhinha? Tá vendo como é pouca coisa? É só uma menina. A gente tapa a boca dela e tá feito.


_ Você não acha que devemos amordaçá-la também?

_ Boa idéia, quanto menos pensamentos, melhor.


_ Amarra e jogue num rio, afogue como as mágoas.

_ Ok, o roteiro já é outro.
A menininha foi embora, eu percebi o seu olhar de medo quando estendi-lhe a mão. Ela não falava, como não falava o filho de Hassan, aquele caçador de pipas do Afeganistão. Fiquei triste, bastante triste em saber que não projetava mais ares de confiança nem a um personagem fictício. Será mesmo que eu tenho jeito?

O roteiro estava pronto, pronto naquela cabeça de 18 anos, talvez 19. Os cabelos ainda num quase-vermelho enganavam os olhares atentos para ver deslizes. Ela era boa em esconder, em conter suas energias para que ninguém percebesse que estava lá. E passou horas no meio de tanta gente desconhecida. A cabeça fervilhava de idéias, tinha várias, mas os dias passavam e ela esquecia de escrever, escrever e documentar os personagens. Eles, então, pegavam sua pequena trouxinha de idéias e saiam andando para o arquivo do esquecimento. Era o segredo que dela mesma se escondia, talvez por isso o nome do blog: *segredo meu

Eu disse que tinha premonições. A cada releitura de pensamentos, uma nova descoberta. Será que ainda tinha esse tipo de poder? Uma amiga, dona fruta, resolveu lhe pedir serviços: Leia a borra de café para mim. Até que ponto, o acreditar torna uma idéia verdadeira? Preciso pesquisar uma resposta, aguarde um momento; mas já aviso que pode durar anos.

Li e reli publicações, não só minhas, mas de outros. Escritos antigos, que eu costumava ler. Estou num período 'de volta à leitura'. Isso deve ser bom, até me instiga a pensar de novo. Será que parei e por isso a menina fugiu? Será que ela acredita que eu não sou mais digna de seus pensamentos porque parei de pensar? Porque parei de pensar como ela? Não, por favor, quero que ela volte. Me ajuda, por favor!

Vou reencontrar a menina, as fadas, e as borboletas. As várias borboletas que povoavam o céu do quarto, que povoavam as mentes férteis, que iam de encontro a jardins escondidos numa selva empedrada por corações adultos demais para sonhar e entender que a vida não é entendida só por aquilo que se parece lógico. A vida é ilógica, analógica e digital. A vida sei lá o que ela é, mas está aí esperando...

.premonição: 02 de agosto de 2005.

Quarta-feira, Agosto 2

..::..um segredo..::..

*hoje eu queria contar um segredo só pra quem não me conhece. quem sabe eu fosse julgada, quem sabe passasse desapercebida.

*queria contar que eu descobri que eu tenho amigos imaginários... aos montes. e que eu tenho um cantinho especial escondido não sei onde.

*me fizeram descobrir, que apesar dos aaaaanos "sozinha", estou completa. que eu tenho alguém de verdade, ele só ainda não se materializou...

*era uma pessoa assim, meio do mundo da lua, ou do sol, quem sabe das estrelas... que acorda com um beijo, que gosta de abraço e surpresas. uma pessoa assim diferente e tão igual a todo mundo. que anda com rumos estranhos e incompletos e que percebe que anda sem rumo e decide mudar os caminhos. é alguém que gosta de comer pão, pão com sal e margarina... e deixa aquela casquinha dourada em volta do pão... a gente pega fruta na árvore, mas mora em sampa... ele sabe fazer surpresas e brincar de esconde-esconde... a gente procura ovo de páscoa debaixo de pedra e depois ri de tanta bobeira... escuta as estrelas cadentes caindo e caindo e caindo e de repente faz "ploft" bem alto pra avisar o mundo que ela desapareceu. correr na praia é um dos maiores prazeres... viver olhado pro alto pra ver uma bigorna... e aí, de repente, os desenhos animaos tomam conta da cena e a gente cai, escorrega e ri muito.

*queria ter espaço pra contar todas as estripulias...

*a gente dorme na rede, fica com dor nas costas e depois vai pro chão... fica na piscina de noite, no frio, até... mas é bom porque tem mais abraço vindo. Sempre. e um canta desafinado no ouvido do outro pra depois rir de novo. pula os degraus da escada e não tem medo de cair. aposta corrida só pra ver quem é a mulher do padre. brinca de amarelinha na sala de aula... tem coisas que só gente boba faz na vida... eu até desenhei uma amarelinha na sanfran.. e meus amigos quase nem se divertiram.. =D a gente come um montão de chocolate e depois fica estufando a barriga e ouvindo as lombrigas de cada um... haha.. isso é sempre engraçado...

*sente cheiro de comida na cozinha e abraça a mãe bem forte. arruma a mesa, fala umas bobagens, ri mais e vai ver tv. ouve música alto, canta alto, grita na rua, se faz de doido e vive a vida bem... a gente que é feliz.
***************
A gente é feliz. Hoje também.

.amém.

Não sou a maior das religiosas, na verdade quase já não sou religiosa. À noite, bato um papo descontraído com quem quer que me ajude durante o dia, a tarde, a noite, a vida. Mas é algo do tipo amigo: "Valeu, brigada mesmo por tudo de bom que me acontece. Não vou te dar nome, porque alguém pode ficar meio mal com isso, que seja deus, Iemanjá, Allah, se quiser, mas obrigada de qualquer maneira, o dia foi bom."

Não sei porque a tal força de expressão insiste para que eu diga "amém", em várias ocasiões em que não encontro palavra melhor. Acho que eu deveria começar a criar um novo vocabulário, "amém" não me adianta... Ou será que são todas as religiões que dizem "amém", será que é um vocábulo universal?

Que deus me ilumine nessas palavras, mas não sou muito boa nesse tipo de discussão. Sim, utilizei um tal de Deus, que ilumina na frase. Foi só porque acho bonito. Afinal, quem é deus? Eu acho que a maior força que existe é a natureza. E os amigos. Se você for um deles, obrigada.

Cansei de blablabla, por hoje.

.uma lembrança de 08/09/2005.

Porque eu fiquei realmente assustada com isso...

... estava assim, meio perdida, olhando os cantos das paredes ...

olhei para o chão duro e seco e me lembrei dos dias em que a gente deitava e ficava meio que sem fazer nada, olhando um para o outro, sem falar. aquele mesmo chão sempre pareceu de pelúcia, fofo, aconchegante. resolvi, então, escrever-lhe um poema de uma letra só. você escolhe a que quiser, eu não falo mais nada. tentei algumas vezes dizer todas as coisas do mundo, mas a minha voz foi acabando aos poucos e, quando percebi, você já não me escutava mais. e eu fiquei só mexendo a boca sem parar. tudo bem, a culpa também foi minha... eu sempre achei que as coisas são pra sempre. já deveria ter aprendido que, no mundo dos vivos [na verdade eu acho que é nesse mundo dos mortos], as vidas são passageiras e as situações as mais efêmeras possíveis. os sonhos, poucos que existem, permanacem nos corações infantis de alguns que se esqueceram de crescer. por isso, eu te desejo o mais puro dos dias... regado a vinho tinto, porque eu já sei que você não é tão puro assim. fique, portanto, com os dias cinzentos de chuva gostosa de dormir. mas nunca se esqueça que o mundo é sempre bom pra aqueles que se esquecem, por um ou dois segundos, que o tempo não pára...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

.cabe a mim, não a você decidir o meu futuro.

"Cabe a mim, não a você decidir o meu futuro", a garota pensou mais uma vez ao conversar com a mãe. Certa de que a certeza já lhe pertencia, afinal, passava dos vinte, praticamente a maioridade em pessoa, ela era. Mas como sempre, a mãe tinha razão. Será mesmo?

Chegou à conclusão fatídica de que praga de mãe é inevitável. Só esperava que sua mãe não fosse bruxa, pelo menos, não do tipo má. Que não desejasse mal a ninguém, apenas visse o futuro, previsse algo que pudessem evitar, no máximo. Ela dizia "leve o guarda-chuva", se não levava, chovia. Ela dizia "leve uma blusa", se não levava, quase nevava.

Cresceu a menina, sim, chegamos a seus vinte e poucos anos. Enfim, posso continuar sua história.

Ela cresceu, fez faculdade, começava a trabalhar. Algo que seu pai não aprovava, pelo menos, não por inteiro: fazia mágica, transformava uma vida em realidade, mas eu acabo com o segredo; não era médica, nem trabalhava no circo. Seu pai acreditava que era quase um circo. Sua mãe vivia lhe dizendo que a profissão se bastava pelo respeito que lhe tomassem, e que mesmo o coração batendo forte, o auto-controle era o que deveria ser posto em prática. Ela não entendia que os tempos eram outros e que o meio promíscuo da filha não seguia os padrões de uma sociedade "normal". Afinal, o que é normal hoje em dia?

Adendo, também não era puta.

Ok. "Coração, pare!", ordenou. Ele não obedeceu. "Pare! Não faça mais ninguém sofrer, por favor!". Novamente, ele não obedeceu. Ela segurou o choro, leu cartas quase destrocadas, quase perdidas, bateu no peito com raiva e chorou, enfim.

Não, não podia obedecer a mãe; não mais. E ela viu que nem a ela cabia a decisão do seu futuro, seu corpo não a obedecia, como nunca houvera obedecido, e ela se viu apaixonada novamente, chorando enquanto o amor de sua vida, daquele momento de sua vida, estava longe.

domingo, 6 de julho de 2008

.um tal domingo.

O céu estava azul, sem nuvem nenhuma. Ela deitada na rede, à beira da piscina, lia. Lia e se lembrava do rapaz que havia conhecido há 2 meses.

Parecia até cena de filme. O clima era europeu, mas ela estava no Brasil: o Sol queimava de leve a pele branca, uma brisa movimentava-lhe os cabelos pintados, os dedos de unhas vermelhas viravam as páginas lentamente, uma após a outra, numa leitura sonolenta. O telefone ficou na cestinha de pregadores, o lugar mais próximo da rede. Ela esperou, mas sua espera foi um tempo abstrato dentro de seus sentimentos.

Por que será que o amor (será mesmo o amor?) reserva minutos tão distantes quanto a eternidade? Por que será que tantos dizem que amar é sofrer? E essa não tinha sido a escolha da garota, pelo menos não dessa vez.

Tem motivos que, com o passar do tempo, se aprende a tentar não querer. E esse tal amor era um deles. Mas parecia inevitável o gostar de alguém. O gostar daquele alguém tão distante. Ela ainda segurava no meio da garganta a frase. Mesmo o 'eu te adoro', uma vez lhe atribuído na cama, ela tentou renegar. Não falou, mas isso lhe causava lágrimas.

Agora que poderia falar qualquer coisa, a existência do tal amor parecia algo distante, ao mesmo tempo que lhe apertava o peito de dor. Os pensamentos pareciam meros sonhos e ela estava sozinha, em alguma realidade paralela, criada para sua própria proteção. Por quê?

E foi nesse tal domingo que ela percebeu que estava enganada novamente.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

.mente humana.

Ela almoça na casa de Adelaide, conversa e volta ao trabalho. Está mais tranquila, mas não é o plano ideal pra sua vida. Oh, o que será dela?

Vai, passa a tarde, chega a noite. Ela lembra que tem uma prova na manhã seguinte que não sabe nem o nome da matéria. Direito tributário. God! Que é isso? Pega um resumo, lê a primeira página e percebe que nada entra na cabeça nem nada parece fazer o menor sentido naquelas letrinhas amontoadas em palavras que, por sua vez, se amontoam em frases, e essas em parágrafos imensos. E olha que parecem ser as respostas das provas, são 6 no total. As outras matérias foram esquecidas durante o semestre.

Lê a primeira página. Piriri. Tenta reler. Não consegue, liga uma chamada a longa distância. Não é um DDD, mas o outro lado paga roaming. Já deu mais de uma hora e eles conseguem não falar nada, só se ouvem e conversam sobre nada. O que será que acontece com essas pessoas que passam tanto tempo no telefone pra não querer falar nada? Só de ouvir uma respiraçãozinha já acalma o coração?

Ele diz que tirou o lixo dos bolsos, e do lixo, inclusive palitos de fósforo que ele usa para acender... Espera, mas ele não tinha parado de fumar? Pois é, voltou. 'Mas não pode! Não faz bem! Você não tinha parado?'; 'Voltei. Muito trabalho, stress'; 'Mas vc tinha parado! Que acontece?'; 'É difícil. Preciso de uma motivação maior que a saúde pra isso.'; 'Maior?'; 'É.', 'Caramba! (assustada) Mas faz mal!'; 'Mas se vc falar que é por vc...'; 'Ah é?'; 'Se vc me falar que é por vc eu paro. Eu gosto de vc'; silêncio, sorriso, lágrima; 'Então tá'; 'Mas vc tem que falar que é isso que vc quer'; pensa ela se era preciso dizer mais... 'Por mim, promete?'; 'Da próxima vez vou ser eu quem vai ligar e te conto'; 'Teve um motora que enrolava um papelzinho toda vez que queria fumar e deixava na mão até passar a vontade'; 'Acho que vou tentar chiclete'; passa tempo; 'E o papelzinho tb. E antes de eu dormir eu vou ligar.'

Último recado do dia: Promessa é dívida.

Ela ficou mais calma, mas o trabalho ainda aflige.