terça-feira, 4 de novembro de 2008

.desconforto.

As conversas ao telefone são sempre as mesmas. Já não sei mais se acredito ou finjo não ser mais comigo e faço que esqueço. Queria ter o que falar, queria contar pra você que estou feliz, sinto sua falta, tenho saudade, te amo, mas não dá. Tem alguma coisa que me segura.

Uma vez disse que quase te amava. A resposta veio em seguida: eu gosto de você. Mas se você me amasse só um pouquinho... Não tem como amar assim, longe. E foi aí que eu comecei a perceber o quão diferente nós somos. O quanto eu vou sofrer se continuar assim. E o quanto eu já estou dolorida por isso.

Outras vezes, a gente só precisa de uma cama e nós dois. Não sei que forma de amor é essa. Que fala só isso e parece que tá tudo certo. Uma coisa sem conteúdo, sem ritmo, sem cadência, sem sentido. Uma coisa física, humana, racional ou irracional, porque não pensa em sentimento. Eu quero ter dentro de mim não só uma parte de você. Quero te ter por inteiro. Quero ver nossos corpos se tornando um só e a gota de suor, que ela seja indefinida.

Que seja onde for. No cimento de Sampa, nas ondas baianas, em território estrangeiro. Quero sentir com força não só um ato animal, o sexo, a paixão, quero sentir com força o batuque do teu peito quando eu tentar escutar o que você sente de verdade. E se for pra ser de verdade, que a descoberta seja conjunta.

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